quinta-feira, 22 de abril de 2010

CAPÍTULO I - Estupefada.




  

Ninguém nunca me ensinou a lidar com isso. Perde-lo da forma mais brutal e abrupta, mas sou eu quem me sinto perdida. Eu sei que eu não devo sentir uma ponta de sentimento por ele; o que ele fez não se perdoa, mas mesmo assim eu estou pronta a perdoar. Mas será que ELE, o único ponto irresoluto da minha questão estaria disposto a tentar de novo? Minha mente se encontra em uma batalha de sistemas. O meu sentimental contra o meu racional e os dois contra ao maior amor que já senti na vida. Meu questionamento é: Porque ele fez isso comigo? Seria eu uma pessoa tão ruim para ele? Ou seria ele algo bom demais para mim? Eu não o fazia feliz? Foi por esse motivo que ele preferiu ir e me deixar aqui, só, somente com os meus questionamentos? 
Eu preciso sair, distrair minha mente se é que existe essa possibilidade em meio a essa Terceira Guerra no meio da minha vida. Acho que vou ao o CTI-EX (Centro de Tratamento Intensivo para Ex's - ou se você preferir, 'Parque da Cidade), talvez eu volte curada. Ou não.

- Ei, Ká, tudo bom? *entusiasmo*
- Tudo ótimo, como vai o namoro? *extrema raiva e frustração sobe pelo meu estômago*
- Namoro? Hã... Tá ÓTIMO! Tchau! *corre e finge que quer fazer xixi*
- Tchau

Odeio ter que mentir ainda mais por algo no qual eu nem queria lembrar. Porque tudo o que eu amo desaparece? Hen, hen?
Mas que droga. *som da caixa de entrada do celular*
Ser for ele, eu juro, eu juro, aaaaah mas eu juro que eu...
"Sinto sua falta."

Sente a minha falta? Como assim sente a minha falta? A dois dias atrás você não queria mais nada comigo e hoje me manda algo assim? Eu te odeio Fernando, eu te O-D-E-I-O.
Finalmente, o banco do CTI-EX. Barraquinha de Hot-Dogs, grama verde e fresca e um monte de gente como eu, que foi dispensada ou dispensou alguém também. Quem sabe encontro alguém legal para poder afogar meu sentimento imaturo em um desses enormes copos de Coca-Cola Zero e Hot-Dogs borbulhando molho, ketchup e mostada!
Percebi que entre o banco de concreto e o de madeira que ficavam no centro do parque havia um casal de velhinhos, lindos por sinal, que estavam de mãos dadas e sorriam alegremente um para o outro. Será que em pleno século XXI, nos quais as pessoas deveriam se amar mais, deveriam se comunicar mais, fazer tudo mais juntos, utilizar de tudo de bom para poder inovar não conseguem se amar como esses dois velhinhos sentados no banco do parque sendo que eles devem estar namorando desde a época da ditadura, onde se VER já era quase impossivel! Talvez naquela época, provava-se mais o amor de forma 'heróica' do que de forma física. Era tudo tão mais bonito, mais simples. Nunca encontrei ninguém que fizesse algum sentido a moda antiga na minha vida! E eu dei tudo, todo o meu amor, dedicação, TUDO para alguém que me deixou aqui. 

- Oi menina, posso me sentar aqui?

Eu fiquei estupefada por dois mil segundos! Aparece para mim uma das visões mais intrigantes que um ser humano pode ter. Alto, cabelo castanho, sorriso estranho, all star, polo amarela de listras brancas, e... Lindo!

- Hã... sentar, aqui? Claro.
- Então, porque você ta sozinha ai? 

Minha mente dizia mil coisas e não dizia nada ao mesmo tempo. Conto porque estou aqui de verdade, ou invento outra mentira qualquer só para não parecer uma solteira desvairada a procura de uma boca para beijar? 

- Só pensando... - pelo menos assim eu fiquei no meio termo.
- Pensando? Hm. Em que? - ah, que droga, ele me pegou de novo.
- Pensando na vida sabe... Nessas coisas...
- Pensar na vida é sempre bom. Só que dá uma nostalgia! - ele sorriu.
- Pois é. Nostalgia... Passado... Enfim, o que você faz aqui?

Ele parou e analisou o sol que ia se ponto atrás das árvores do parque, suspirou profundamente (ele ficava lindo quando fazia isso) e enfim falou...

- Sabe quando você acha que nada vale a pena mas de repente tudo muda e parece que tudo, exatamente TUDO faz sentido? - eu suspirei
- Na verdade? Não...Eu sempre achei que nada valia a pena, ainda mais depois que uma pessoa te mostra isso.
- Quem lhe mostrou isso?
- Ah, isso não vem ao caso. - ruborizei de uma forma na qual eu não podia esconder. 
- Não quer falar sobre isso não é? Eu entendo, quem sabe depois de uma duas Coca-Cola's super geladas hein?

Abri um sorriso enorme, bom perceber que ele me entendeu de primeira e viu que não queria forçar muito esse assunto. Sentei em um dos bancos enquanto ele seguia para a barraca de Hot-Dogs para comprar nossas latas de Coca-Cola.
Eu ainda me perguntava como ele por apenas poucos minutos me fez esquecer das coisas ruins que eu pensara por dois dias seguidos. Destino? Talvez sim... Talvez não. Mas eu quero pagar para ver!





Be yourself.
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Um comentário:

  1. tão incrivel, mal vejo a hora de ler tudo, to totalmente facinada, voce é uma otima escritora barb *-* te amo nenem s2 bj malu

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