domingo, 2 de maio de 2010

CAPÍTULO VII - Surpresa


 
Recostei minha cabeça na aste de madeira da minha cama. Olhando a linda pena, branca e uniforme com aquele 'bilhete' na ponta. Eu não sabia o que significava nada daquilo! Não sabia o porque dessas penas, de onde viam e que propósito tinham, mas eu sabia, dentro de mim que havia uma relação com Ricardo. 
Mas ele me deixou aqui. Simplesmente sumiu, e eu não estou louca, eu estive dentro daquela casa, eu entrei ali, eu beijei ele dentro da sala quente e aconchegante com cheiro de café. Eu estava lá, ele também estava, então porque ele sumiu? Passei quase toda a noite imaginando o motivo pelo qual ele havia sumido, sem sequer dizer adeus. Ele não poderia ter se mudado do dia para noite, muito menos o fato dele nunca ter morado naquela casa sendo que eu que estava em sã consciência estive lá. Já eram quase 3:00hrs da manhã e eu estava acordada, ainda olhando para a janela talvez na esperança de encontrar uma resposta para todas as minhas perguntas ou simplesmente vê-lo passar e descer as escadas da minha casa correndo indo encontrá-lo só para perguntar o que aconteceu. Também pensei em Fernando, que naquele momento estaria a um oceano de distância, tão longe que nem meus pensamentos conseguiriam chegar até ele. Mais do que nunca eu estava só e talvez fosse ficar assim por muito tempo.


As cortinas roxas que cobriam a claridade que entrava pela janela se abriram me acordando de forma súbita e irracional. Meu estômago deu pontadas agudas dentro de mim pelo susto e pela fome que eu sentia; afinal eu não tinha comido nem um grão de arroz no dia anterior. Minha mãe saiu do quarto indo se arrumar para trabalhar. Levantei da cama com meus cabelos embaraçados e bagunçados colocando-me de pé em frente ao espelho que me dizia agora muito claramente que eu precisava de um banho e uma escova de cabelos. Passei mais tempo do que o normal dentro do chuveiro deixando a água cair quente pelos meus ombros em tentativa de me fazer relaxar. Escovei os cabelos e os dentes ficando com uma aparência em absurdos melhor; coloquei uma calça jeans e uma blusa qualquer junto com meu velho e companheiro All Star. Quando desci para tomar o café a mesa já estava posta com uma enorme xícara de leite quente com chocolate e torradas amanteigadas, agradeci minha mãe mentalmente e comi tudo rápido, quase sem respirar. Antes de terminar minha mãe então passou por mim dando-me um beijo no topo da cabeça e me desejando um bom dia, desejei a ela que fosse muito melhor do que o meu, porque de fato eu não cria que algo de bom fosse acontecer naquele dia.


- Querida, não esqueça as chaves - ela gritou enquanto saia e fechava a porta atrás dela.
- Ta bom mãe! - gritei de volta mesmo sabendo que ela não iria ouvir.


Levantei da mesa arrumando tudo antes de sair para a aula. Minha escola não era muito longe dali então decidi ir andando mesmo, só para ter mais um tempo sozinha para pensar, mas quando sai de casa minha teoria de 'minutos sozinha comigo mesma' foi embora com o primeiro carro que passava. Lux saia de casa também e acenou para mim freneticamente. Ela se aproximou dando-me dois beijos chochos no rosto porém ainda com um sorriso.


- Oi Lice, pronta para mais um dia naquele matadouro? - ela riu da sua piada infame.
- Talvez. Como está?
- Estou bem e você?
- Levando... - meu olhar recaiu sobre meus pés ao dizer isso.
- Levando é? Aconteceu alguma coisa?
- Fernando se mudou.
- Nossa, para onde? Pra rua de baixo?
- Não, para a França. 


Lux paralisou longos segundos em meio a rua tive que arrasta-la para não chegarmos atrasada na escola. 


- Como assim para a França Lice? E você e ele?
- A gente já tinha terminado Lux, você sabe disso! 
- Eu sei, mas eu podia jurar que tinha volta! Cara, você deve estar muito mal.
- E estou - menti como se só fosse isso que me atormentasse - mas espero melhorar em breve!
- Você vai melhorar amiga, você vai ver. Vou ajudar nisso! - ela deu um sorriso solidário dessa vez.


Caminhamos por mais algumas ruas até chegarmos ao colégio, o sinal já havia tocado então corremos para nossa primeira aula: Sociologia. O profº Magnus passou uma redação sobre amor na sociedade. ÓTIMO assunto para se abordar quando uma pessoa está sozinha e 'sofrendo'. Terminei no segundo tempo uma mega redação revoltada porém sóbria da minha visão sobre o assunto. Assim que o sinal tocou novamente agora para aula de Matemática guardei todo o meu material e segui para o pátio, por algum motivo que nem eu e nem nenhum aluno sabia qual a aula seria ao 'ar livre'. Bom, pelo assim eu conseguiria arejar a cabeça enquanto fazia os enormes cálculos completamente desnecessário passados em aula.
As aulas do ano mal haviam começado e eu já estava precisando me esforçar pelo ano todo já de cara, isso me deixava cansada e querendo férias logo de inicio! O primeiro tempo passou e então algo quente tocou um dos meus ombros. Eu já sabia o que era antes mesmo de pensar e me perguntar o que. Mas era impossível, eu estava em aula e só alunos podem entrar no prédio das salas, então olhei para trás e o vi. Mais lindo do que nunca e com uma expressão implorando perdão automaticamente. 


- Oi. 
- O que faz aqui? - minha pergunta praticamente pulou da minha boca sem meu consentimento. 
- O mesmo que você! Estudando! - então ele sorriu
- Mas você não estudava aqui, estudava? 
- Não, me matriculei semana passada. 
- Hum. Bom, eu queria conversar...
- Ei, vocês dois ai atrás, façam o trabalho e parem de falar! 


Gritou a professora de sua mesa com aquele seu típico olhar psicopata. Guardei todos os meus questionamentos para mim mesma novamente e esperei até que pudesse conversar com ele.
Assim que fomos para o intervalo o puxei para um canto da parte de grama do pátio mas quando percebi estávamos nos beijando, de novo.


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Soundtrack CAP VII
Taylor Swift - Breathe
Daniel Powter - Bad Day
Paramore - The Only Exception (Música tema de Alice&Ricardo)




Be yourself, be original
DON'T COPY (:

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